A
Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi criada em 2011 com a finalidade de
apurar violações dos Direitos Humanos aplicadas durante o Golpe de 1964, no
Brasil. Para concretizar a Época Militar, a CNV tem realizado, desde 2012,
audiências públicas para recolher depoimentos das vítimas e ouvir réplicas dos
‘torturadores’. Além disto, estas audiências podem ser temáticas, como foi o
caso do último julgamento realizado no Rio de Janeiro, dia 14 de Agosto de
2013.
Na última quarta-feira, dia 14, a
Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro
ouviram seis ex-presos políticos, sendo eles: Álvaro Caldas, José Luís Sabóia,
José Carlos Tórtima, Maria Dalva Leite de Castro, Newton Leão Duarte e Paulo
Sérgio Paronhos. As vítimas foram submetidas à tortura no DOI-Codi da Tijuca,
instituição onde Mário Alves foi preso, torturado e assassinado.
Mário Alves de Souza Vieira era um
Jornalista e político Brasileiro e fundador do Partido Comunista Brasileiro
Revolucionário em 1968 (PCBR). Alves defendia a aliança dos operários com
camponeses e não com a Burguesia Nacional
e também era a favor de uma inclusão maior no movimento de massas e a luta
armada contra a ditadura. Em 1970, Mário Alves foi preso pelo DOI-Codi, sendo
levado ao quartel da Polícia do Exército e torturado ao se recusar a oferecer
informações. Estas ações foram denunciadas mais tarde por seus colegas (Antônio
Carlos Carvalho, René Carvalho e Raimundo Teixeira Mendes) ali presentes.
Os parentes de Mário Alves prestaram
queixa em 1987 e o Estado reconheceu responsabilidade por seu desaparecimento.
Este foi o primeiro caso de reconhecimento da União, desencadeando uma série de
outros questionamentos sobre os desaparecidos nos Anos de Chumbo.
Já neste ano, o Ministério Público
Federal (MPF) denunciou cinco agentes da Ditadura Militar: Tenente Correia
Lima, Inspetor Timóteo, Capitão Duque Estrada, Tenente Garcez e Major
Jacarandá. Os ex-militares foram convocados a comparecer à audiência do dia 14,
mas, só o ex-major Valter da Costa Jacarandá esteve presente, os outros foram
representados pelo advogado Rodrigo Rota que justificou a falta deles com o
argumento de que já haviam sido ouvidos sobre este assunto. Entretanto, a
petição de não comparecimento dos agentes foi negada por Rosa Cardoso e Wadih
Damous – respectivamente coordenadora e presidente da CEV-Rio.
Valter Jacarandá foi interrogado por
Damous e, apesar das acusações das vítimas, negou ter torturado Mário Caldas
apesar de confessar a existência de torturas e comentado sua participação
nelas. Ainda, Lúcia Vieira Caldas, filha de Mário Caldas esteve presente na
reunião para ler a biografia do pai emocionando os espectadores presentes.
Durante a sessão da Comissão da
Verdade, manifestantes causaram tumultos com os seguranças da Alerj.
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